Em São Paulo é assim: você pode morar anos da sua vida no mesmo prédio e ainda assim não saber o nome de nenhum vizinho.
Aqui todo mundo está com muita pressa, porque tudo é longe, tem muito trânsito, e pega muito mal se atrasar para um compromisso. Ninguém tem tempo de dar um bom dia mais simpático no elevador, e quem não está ocupado acha que o outro está então já nem puxa conversa pra não atrapalhar.
(A não ser que você esteja com uma criança fofa, um cachorrinho ou carregando bolos de aniversário decorados, nesse caso aumentam as chances de se ganhar sorrisos e um bate papo com um desconhecido, fica a dica).
Agora espia: todo dia 10 da manhã é hora de abrir a porta para entregar o lixo. Não sei muito bem como aconteceu, mas acho que de tanto abrir a porta às 10 da manhã e dar bom dia pra minha vizinha, e de tanto ela dar bom dia pra mim, acabou que começamos a conversar um dia desses. E no dia seguinte batemos mais um papinho rápido. E no outro dia levei uns docinhos pra ela. E no outro dia ela me emprestou uns ovos porque os meus tinham acabado. E no outro ela me mostrou os quadros do filho dela, artista super talentoso. E num domingo desses passamos a tarde com as portas abertas, os netos e sobrinhos dela e a minha filha correndo de uma casa para a outra e nós duas tomando uma cervejinha encostadas no batente.
No último final de semana minha vizinha me convidou para almoçar na casa dela, na festa de natal da família. Eu fui, meio sem graça, meio com medo de atrapalhar. Cheguei lá com um pudinzinho na mão, mas saí com muito mais que isso, depois de ter sido recebida com tanto carinho, eu e a minha menininha, que até presente ganhou.
Dona Josefa, minha querida vizinha, nem sei se você vai ler, mas vai agora um recadinho pra você: obrigada por ter aberto a porta da sua casa para nós. Sua família é linda e a senhora é uma pessoa especial demais. Te desejo o natal mais feliz do mundo, e um ano novo cheio de almoços com muita gente e com muito pudim de leite.
E pra vocês aí que estão lendo, só posso desejar uma vizinha tão legal quanto a Dona Josefa. Feliz natal!
Pudim de leite condensado sem furinhos (ligeiramente adaptado do blog Colheradas)
Pudim de leite condensado é quase uma unanimidade, então é uma sobremesa ótima para servir num almoço ou jantar com bastante gente. Faça um pudim e alguma outra sobremesa com chocolate e a satisfação estará garantida.
A galera do pudim está dividida em dois times: com e sem furinhos. Eu sou do time furinhos, mas fiquei curiosa para experimentar essa receita que achei no blog Colheradas, e não me arrependi. A receita resultou num pudim lisinho, delicado e cremoso, um pouquinho mais doce do que a receita tradicional (aquela que vem na lata do leite condensado).
Ingredientes
- 1/2 xícara de açúcar
- 6 gemas
- 2 latas de leite condensado
- 2 latas (a mesma do leite condensado) de leite integral, mas com um dedo menos
- 1 pitada de sal
- 1 colher de chá de extrato de baunilha (opcional)
Preaqueça o forno a 200°C. Coloque uma assadeira funda na grade do meio do forno para fazer um banho-maria.
Numa forma para pudim de 20cm de diâmetro, coloque o açúcar e leve diretamente ao bico do fogão para caramelizar. Não esqueça de usar luvas longas, já que a forma vai esquentar e o caramelo quente é MUITO perigoso, queima feio. Quando estiver com aquela cor âmbar característica de caramelo, retire do fogo e vá virando a forma para caramelizar o fundo e as laterais. Se você acha que não tem prática suficiente para queimar o açúcar direto na forma, dá também para fazer a mesma coisa numa panelinha e depois transferir o caramelo – sempre de luvas. Deixe o caramelo esfriar completamente.
Numa tigela média, desmanche as gemas com um fuet. Junte o leite condensado, o sal e a baunilha e misture bem. Junte o leite e misture até ficar completamente homogêneo.
Transfira essa mistura para a forma caramelizada, passando por uma peneira.
Cubra com papel alumínio e leve para assar em banho-maria por mais ou menos 1 hora (o meu ficou 1h30min), ou até firmar (teste com uma faquinha, se sair seca está pronto).
Espere esfriar e deixe na geladeira por umas 6 horas. Para desenformar, passe uma faca pelas laterais da forma para soltar o pudim. Se estiver difícil de sair, coloque a forma direto sobre o fogo por alguns segundos para derreter um pouco a calda, e vire num prato grande.