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Brigadeirão da Palmirinha

Já contei mil vezes pra vocês que antes de ser doceira trabalhava na TV como produtora né?

Devo ter umas 4 mil histórias pra contar dessa época ~mágica~ da minha vida, desde ter andado de limousine em Hollywood até ter procurado um sambista bêbado perdido na Av Paulista que ia entrar no ar ao vivo e sumiu (não me peçam nomes que eu não falo nem sob tortura).

Mas de todas as minhas experiências, uma das mais legais pra mim é ter trabalhado com a Palmirinha Onofre. Na verdade nem era minha obrigação, eu produzia um outro segmento na emissora, mas havia uma coincidência de horários e eu ficava meio de bobeira logo na hora em que ela estava fazendo a preparação da receita do dia. Enquanto a gente papeava eu ia ajudando a picar um chocolate, lavar um prato, provava um bolinho de chuva, e assim meu dia mega estressante tinha um momento de paz e felicidade.

Daquela época eu guardei algumas receitas que tive o prazer de provar pessoalmente, e esse brigadeirão é uma delas – fora de brinca, nunca provei um igual. Fica super cremoso, sem nenhum furinho e com um gostinho de chocolate quente que a vó fazia.

brigadeirão da palmirinha

Brigadeirão da Palmirinha

rendimento: 1 pudim de 20cm de diâmetro

  • 2 latas de leite condensado
  • 1 xícara (250ml) de leite integral
  • 1 colher de sopa de manteiga
  • 6 gemas
  • 4 colheres de sopa de chocolate em pó (50% de cacau)
  • chocolate granulado para a cobertura

Unte uma forma de pudim de 20cm de diâmetro com manteiga e polvilhe com açúcar. Reserve.

Preaqueça o forno a 190 graus. Prepare um banho-maria: coloque uma assadeira na grade mais baixa do forno e encha até a metade com água bem quente.

Bata no liquidificador todos os ingredientes menos o granulado (coloque primeiro os liquidos no copo do liquidificador). Bata até ficar bem homogêneo e passe a mistura para a forma preparada. Cubra com papel alumínio e coloque dentro da forma do banho-maria.

Asse por aproximadamente 01h30, observando se a água não começa a secar – se secar vá completando, senão o pudim talha e perde a cremosidade.

Dá pra ver se está pronto se o pudim estiver firme, mas ainda meio balançando no centro – pode testar com o dedo mesmo.

Deixe amornar e leve à geladeira por pelo menos 6 horas, ou de um dia para o outro.

Para desenformar passe uma faquinha pelas laterais da forma deixando entrar um pouquinho de ar. Se estiver muito colado, coloque por alguns segundos sobre a chama do fogão e tente novamente.

Vire sobre um prato e decore com o granulado. Sirva gelado.

fatia de brigadeirão

Receitas de Família – bolo preguiçoso de laranja

Aqui em casa tenho uma boa quantidade de livros de receita – não tantos quanto alguns amigos blogueiros (alô Pat, alô VH!), mas com certeza mais que pessoas normais que não trabalham com cozinha.

Às vezes eu olho pra estante e penso que talvez se fizesse uma receita por dia pro resto da minha vida talvez eu conseguisse experimentar tudo que tem ali. Pra compensar o dinheiro que gastei com eles, né? Quem sabe um dia não me inspiro e mando um Julie e Julia nos livro tudo.

O problema é a preguiça.

Quando a preguiça domina nada mais me resta senão voltar para as origens e abraçar forte o conforto das receitinhas do caderno da mamãe. Quase tudo ali é fácil e rápido, sob medida para a mãe de 3 que trabalhava fora, e uma ou outra receita mais elaborada/chic/anos 80 (e pavês, muitos pavês).

Esse bolo de laranja estava meio escondido num canto de página. Sob o nome Bolo de Laranja Jô só uma lista de ingredientes e um modo de fazer meio mal explicado (dizia apenas bater tudo no liquidificador e assar), mas eu me lembrava dele muito bem, assado em tabuleiro retangular e cortado em losangos. A Jô eu não me lembro quem era, mas agradeço pela receita.

Me lembro que a laranja era batida no liquidificador com casca e tudo, e o bolo às vezes ficava com um leve amargor. Como não curto muito o sabor amargo em doces dei uma adaptada na receita – ele ficou bem fofinho, com um sabor suave de laranja, aquele bolo que abraça a gente pelo estômago.

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Cinnamon Rolls

 

Outro dia eu estava aqui pensando se as outras pessoas “normais” também fazem isso – eu e as minhas amigas conversamos sobre um monte de coisas, mas conversamos muito, mas muito mesmo, sobre comida.

Especialmente minha querida amiga Maria Pia, que alegra meus dias trocando fotos de quitutes e receitas futuras comigo, como quem troca figurinhas da Copa.

É um tal de “olha essa receita”, “já comeu isso?”, “conhece esse restaurante?” e uma tarde dessas ela me conta que está fazendo cinnamon rolls.

E o diálogo não é só “Oi miga, tô fazendo cinnamon roll.” Nesses tempos de mensagens instantâneas a coisa fica muito mais cruel, porque vem a foto da receita, imagens da massa crescendo, a descrição do cheirinho da canela pela casa e como agora a miga tá comendo eles quentinhos e eles são docinhos e macios e é impossível comer um só. E também como eles eram tão deliciosos que já acabaram e não deu pra guardar um pra mim.

Não deu. Tive que ir pra cozinha fazer  – e aproveitei pra dar o troco e torturar minha amiga com fotos e descrições. A vingança é um prato que se serve morninho com cheiro de canela (brinks ameega, tinhamo!).

cinnamon roll

Cinnamon Rolls (rendimento 12 a 15 unidades)

A receita foi ligeiramente adaptada da rainha americana das gordices, Paula Deen, e é super fácil de fazer, principalmente se você sovar a massa na batedeira planetária com o gancho. A parte chata são só os intervalos para a massa crescer. Se joguem.

Para a massa:

  • 1 pacotinho de femento biológico seco (10g)
  • 1/2 xícara de água em temperatura ambiente
  • 50g de açúcar
  • 1/2 xícara de leite em temperatura ambiente
  • 75g de manteiga sem sal, derretida e fria
  • 1 colher de chá de sal
  • 1 ovo grande ou extra
  • 460g de farinha de trigo

Para o recheio:

  • 100g (1/2 xícara) de manteiga derretida
  • 150g de açúcar
  • 2 colheres de sopa de canela em pó

Para a cobertura:

  • 55g manteiga sem sal
  • 2 xícaras de açúcar de confeiteiro
  • 1/2 colher de chá de baunilha
  • 3-6 colheres de sopa de água quente

 

Comece pela massa: numa tigelinha pequena misture o fermento e a água para dar uma dissolvida. Num bowl grande ou na tigela da batedeira, misture o açúcar, leite, manteiga derretida, sal e ovo. Junte metade da farinha de trigo, misture bem, e junte a água com o fermento. Vá adicionando o restante da farinha aos poucos, até ficar uma massa pegajosa, mas que dá para manipular.

Sove por 10 minutos, à mão ou na batedeira com o gancho para massas pesadas. A massa deverá ficar lisa e não grudar mais nas mãos. Cubra o bowl com plástico filme e deixe crescer até dobrar de volume, mais ou menos 1 a duas horas.

Abaixe a massa com as mãos para tirar o ar. Numa superfície de trabalho polvilhada com farinha de trigo, abra a massa com um rolo, formando um retângulo de mais ou menos 20X40cm. Pincele a manteiga derretida sobre a massa e polvilhe o açúcar misturado com com a canela.

Enrole como um rocambole, bem justo, começando da parte mais comprida. Dê uns beliscões para colar a emenda.

Com uma faca afiada corte em 12 a 15 pedaços e coloque numa assadeira de 20 por 30cm, untada com manteiga e polvilhada com açúcar. Deixe um espaço entre os rolinhos.

Deixe os pãezinhos crescerem por mais 45 minutos e leve para assar em forno aquecido a 180 graus, na grade do meio, por mais ou menos 30 minutos ou até dourarem.

Tire do forno e deixe esfriar um pouco enquanto faz a cobertura: num bowl médio misture a manteiga derretida e o açúcar. Vá adicionando a água quente aos poucos até ficar em ponto de fondant. Cubra os pãezinhos ainda quentes, deixe amornar e sirva.

 

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